Palestras Sobre Drogas

Há 12 anos sou voluntário na área de Dependência Química, atuando no tratamento por meio de Comunidade Terapêutica. Tenho alguns livros publicados “Drogas um vale escuro e grande desafio para família" e "O amor vence as Drogas”, e mais de uma centena de Artigos relacionado a este tema.


Faço palestra sobre Dependência Química. Aqueles que desejarem basta entrar em contato pelo e-mail ataide.lemos@gmail.com


domingo, 28 de novembro de 2010

A violência das drogas



Quando vejo as cenas do tráfico de drogas no Rio de Janeiro, não consigo deixar de ficar perplexo ao ver tantos jovens entrando neste caminho, seja como aviões, sejam como soldados dos traficantes. Jovens que são escudos dos donos do tráfico. Jovens que as imagens mostram são pobres, moram em barracos vivendo sem o mínimo de conforto defendendo a criminalidade. Jovens entre seus 15 a 30 anos que na maioria das vezes são de famílias desestruturadas e que não conseguem discernir com racionalidade as conseqüências de suas ações diante a criminalidade.

São jovens que tem como heróis os vilões e bandidos da sociedade. São jovens usados como escudos humanos pelos grandes traficantes e odiados pela sociedade por se apresentarem e praticarem as barbáries através do comando de seus superiores. Jovens que enveredam por caminhos que tem como fim; a morte precoce, o anonimato e alegria da sociedade pela tranqüilidade que causa a cada tombamento de um.

Não quero defender estes jovens, mas não dá para ficar omisso ao ver que muitos destes entram nesta vida pela ausência do Estado, pela falta de oportunidades, pela ostentação do luxo na miséria, pelo vicio e que muitas vezes são ocasionados pela omissão tanto do Poder público quanto da sociedade.

Muitos podem dizer; mas há tantos que sofrem deste mesmo mal e caminham por outros caminhos que não o da criminalidade. Pois bem, é bem verdade que muitos não trilham estes caminhos e ainda bem que são a maioria, no entanto, isto não pode ser desculpa para sombrear todas as mazelas proporcionadas pela ausência do Estado e pela omissão da sociedade que tem grande parte de responsabilidade e ainda dizer que para os empresários das drogas e para os usuários da classe alta eles são necessários.

As drogas alimentam a classe alta, ou seja, na grande maioria os chefões do tráfico são aqueles que não usam drogas, que moram nas regiões mais cara dos Estados, possuidores de jatinhos sendo pessoas acima de qualquer suspeita. Muitos barões que financiam as drogas são políticos, são altos executivos que usam testas de ferro nas comunidades carentes para aliciarem soldados e organizarem as venda e o consumo de drogas. Também é preciso dizer que os grandes consumidores de drogas moram nos  condomínios de luxo espalhado por todo o País. São também os grandes executivos, políticos, artistas e jovens da alta sociedade.

Em suma, é impossível imaginar que a violência em relação às drogas terminará e que muitos jovens não serão aliciados pelos traficantes, formando batalhões para defender a criminalidade e sendo ceifados em plena juventude, pois a droga é fonte de lucro e prazer sendo comercio interessante para muitos, e na outra ponta, é também uma fonte de votos para os políticos que sempre usam das desgraças para promoverem.

Em suma, o que observamos é que a luta contra as drogas não é de interesse político, nem dos grandes empresários das drogas e muitos menos da maioria dos consumidores da alta sociedade, pois as baixas serão apenas da sociedade carente sejam por invasões do Estado matando crianças, adolescentes, ou seja, pessoas inocentes e de bem em suas comunidades como eliminando os soldados rasos, que são vitimas tanto do Estado quantos dos traficantes.

Ataíde Lemos
Poeta e escritor

sábado, 27 de novembro de 2010

Soldados do tráfico


 
Jovens marcados para morrer
Com AR 15, sentem-se protegidos.
São pobres em fantasias iludidos
Acreditando-se que não há nada a perder.
 
Em cada esquina um novo soldado recrutado
Por traficantes que em sonhos os enganam
Pelas drogas ilícitas são tragados
Após dependentes os criminosos os alienam.  
 
Soldados empunhando armas nas mãos
Que vêem seus barões como heróis
E em tenra idade são tombados ao chão.
 
Soldados do tráfico, aliciados pela mentira
Por aqueles que os constroem semeando a ira
Na ilusão que o crime é nobre.

Ataíde Lemos

Entrevista Jorge Alves - Redução de Danos


Durante um período produzi e apresentei um programa de rádio intitulado “Viva Feliz Sem Drogas”, nesta oportunidade fiz varias entrevistas, muitas delas transcrevi para colocar em meu site. 

A que apresento abaixo é de um amigo que hoje mora no andar de cima, que vale a pena ser lida por trazer informações importantes sobre a política de Redução de danos, que ainda precisa ser mais trabalhado, explorada e implantada em relação a política sobre drogas.  


O programa Viva Feliz Sem Drogas entrevistou nesta semana (15/04/07) Jorge Alves, que atua como Redutor de Danos no Rio de Janeiro, também faz parte de varias organizações não governamentais como Associação Brasileira de Redução de Danos (ABORDA) e ainda varias outras entidades. É fundador e criador do fórum internacional de hepatite, ocupando atualmente uma cadeira no Conselho Estadual Antidrogas (CEAD) do Rio de Janeiro.

Jorge Alves, na sua juventude conheceu as drogas acabando mergulhando nelas e adquirindo como conseqüência algumas patologias como AIDS, hepatite. Isto o motivou engajar-se neste trabalho de prevenção e conscientização dos usuários de drogas como agente redutor de danos, evitando assim que, aqueles que não conseguem ou não querem parar com o uso não adquirem tais patologias como também ser um porta voz destes usuários para que a sociedade os reconheçam como cidadãos. Pois o fato de serem usuários de drogas ilícitas não os torna pessoas de segunda classe perdendo sua cidadania.

O tema especifico da entrevista foi a política governamental sobre Redução de Danos que é regulamentada no artigo 6º da Lei Sobre Drogas. Porém segundo Jorge a sociedade ainda é carente de informações sobre o que é Redução de Danos, e assim, acaba-se criando alguns preconceitos em relação a esta política confundindo os agentes redutores de danos como incentivadores ao uso de drogas. Enfim, confundir esta política que é governamental como apologia as drogas.

Aqui estão transcritos alguns pontos principais da entrevista

Jorge Alves – Redução de Danos (RD) é uma estratégia de saúde pública que tem como objetivo de reduzir a disseminação de agentes infecciosos como HIV, hepatites virais, doenças sexualmente transmitidas (DST) além de outros danos a saúde provocados por substancias psicoativas independentes sejam elas licitas ou ilícitas... A estratégia de Redução de danos iniciou no Condato de Roniston por volta de 1926 para conter um surto de hepatite, reapareceu por volta dos anos 70 na Holanda, onde alguns usuários de drogas já se organizavam para lutar por políticas mais tolerantes. Na década de 80 com o advento da AIDS a Redução de Danos retorna como estratégia de saúde para conter o avanço do vírus, também das hepatites e as DST. Atualmente a RD se preocupa em encaminhar aos serviços de saúde pessoas que fazem uso de drogas para fazerem testagem de HIV, hepatites e DST, também para terem noções de cidadania e direitos humanos e ainda fazem distribuição de materiais de prevenção que são os kits de redução de danos.

PVFSD – Como a RD é vista pelo governo e pela sociedade?

Jorge Alves – A RD esta inclusa no capitulo 6º da Lei Sobre Drogas... Na verdade há três maneiras para lidar com a questão das drogas. A primeira é a redução da oferta, que é trabalho polícia; a segunda é a redução da demanda que seriam as campanhas educativas para evitar o consumo e verificou-se que mais de 70% dos usuários não conseguiam ou não queriam parar de usar. Então foi elaborada uma resposta social de saúde publica para evitar que esta população venha ser infectada por estas patologias...
Quanto à sociedade ela carece ainda de informação sobre este assunto. Se você falar que um indivíduo vai chegar num local para fazer uma distribuição de seringas para evitar a disseminação da Aids, hepatites algumas pessoas podem confundir isto como incentivo ao uso, mas não é. Já foi visto que é muito mais barato para o governo e para as pessoas prevenir do que depois ter que tratar destas pessoas doentes – Até mesmo porque são doenças muito graves. Eu senti isto na pele e adotei isto como missão de vida, que é, lutar contra esta disseminação entre esta população usuária de drogas. Apesar de ser uma política governamental ainda há muita gente infelizmente que considera erroneamente a estratégia de Redução de Danos como um incentivo ou uma coisa assim... Ela surgiu depois que o Brasil tornou-se signatário universal dos direitos humanos.

PVFSD – Considerações finais.

Jorge Alves – As colocações finais que poderia dizer é algo que abrange o lado dos direitos humanos. No caso especifico da RD a própria consciência ética nos coloca num horizonte um tanto sinistro, pois, quando uma sociedade não reconhece o direito de uma pessoa que faz uso de drogas ilícitas, significa dizer que esta sociedade do ponto de vista ética está afirmando que umas pessoas são mais cidadãs que outras, portanto, a condição de cidadão passa a ser secundário em relação aos usuários de drogas ilícitas... No entanto, os usuários de álcool e de tabaco não têm sua cidadania negada na mesma intensidade do que os usuários de drogas ilícitas, simplesmente, porque fazem uso de drogas socialmente aceitas, ainda que, a dependência seja uma condição de saúde, ou seja, independente uma legalidade ou ilegalidade da drogas...A sociedade tem que articular respostas de saúde pública para estar protegendo estas pessoas também.

Finalizando, esta foi mais uma de varias entrevistas feita pelo programa Viva Feliz Sem Drogas com o intuito de levar aos internaltas a informação, pois somente através da comunicação que se podem eliminar os preconceitos criando uma condição favorável de conceitos e formação de opinião.

Ataíde Lemos, autor dos livros:
Drogas Um Vale Escuro e Grande Desafio para Família
O Amor Vence as Drogas
Apostila: Educador e educando o que saber sobre as drogas

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Novo recomeço


Peço para que pare um instante
E dentro de você ficar a olhar,
Por um momento aproxime diante
De um espelho e fique a te observar.

Veja seu rosto como está desfigurado
Pálido, sujo, em estado lastimável
Volte ao tempo, olhe para teu passado
Quanto era alegre, bonito e saudável.

Um nó apertará a garganta e perdido
Ainda sem palavras para irá dizer a você
Que se arrependeu pelo caminho escolhido.

Digo com toda certeza que possível voltar
Talvez; não ser o mesmo como o de antes
Mas iniciar uma nova história doravante.



Ataíde Lemos

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Deixar as drogas: uma questão de propósito


     Já escrevi vários artigos relatando as dificuldades encontradas por aqueles que se encontram dependentes das drogas para conseguirem vencê-la, como por exemplo, o grau de comprometimento biológico e psíquico- social, enfim, enlaçando toda a questão do histórico do dependente.

     Pois bem, quero levantar um outro pensamento sobre tal dificuldade, enfocando um outro aspecto, que me parece ser algo que também deve ser considerado. É comum conhecermos ex-dependentes que nunca passaram por determinado tratamento e um dia em suas vidas, resolveram e decidiram deixar de fumar, de beber, de usar drogas ilícitas e de fato deixaram. Certamente estes acontecimentos levantam questionamentos sobre as pessoas conseguirem se livrar da dependência e contribuem para manter o preconceito contra os dependentes e mesmo contra as clínicas e comunidades terapêuticas. Enfim, cria-se o tal conceito: se o fulano e o cicrano conseguiram parar, por que tem-se que internar? Isto é, mantem-se o estigma da falta de vergonha.

     Realmente é correto se afirmar:  “O dependente químico ou o alcoólatra  somente pára se ele quiser." Portanto não adianta o pai querer, o tio pedir, a casa dele cair, enfim, nada é capaz de fazer com que a pessoa deixe as drogas se essa vontade não partir dela. É uma decisão pessoal. O que acontece é que devido a determinados fatos, alguns tomam a decisão de parar por conta própria ou então recorrem a tratamentos.

     No caso daqueles que conseguem parar sem ajuda e sem tratamento, a  cura está muito condicionada a sua personalidade, podemos usar como exemplo: há pessoas que dizem: “não vou mais conversar com fulano” e nunca mais conversam! Portanto, há pessoas que dizem: “não faço” ou “faço” e cumprem o prometido.  Enfim, muitos deixam o álcool ou as drogas sem necessitar de nenhum tratamento, por uma determinação pessoal.

     Pois bem, por que então muitos procuram tratamento e poucos conseguem de fato parar? Respondo da seguinte maneira: muitos que procuram entidades e clínicas, no seu íntimo não estão com a convicção deste propósito. Muitos que procuram tratamento vão por questões circunstanciais e momentâneas. Procuram tratamento para agradar à família; para recuperar o organismo; para fugir da polícia ou por motivos de dívidas, enfim, procuram por mil motivos menos o de, de fato, deixarem as drogas ou o álcool. Sendo assim, não vão conseguir mesmo vencer as drogas.

     O trabalho das comunidades terapêuticas e das clínicas é resgatar a auto-estima e trabalhar o emocional, no entanto, isto ocorre  a partir da permissão do paciente, porém sem esta convicção de deixar as drogas ou o álcool, não é possível fazer nada. 

     As clínicas ou tratamentos para dependentes químicos procuram ajudar àqueles que desejam de fato deixar as drogas, proporcionando-lhes uma melhor qualidade de vida. Isto é, ser um suporte emocional resgatando-lhes a força, através de uma análise e um propósito, para que o processo de abstinência não seja tão doloroso, como o que ocorre sem uma ajuda emocional e sem o conhecimento da doença e de suas conseqüências.
   

     Enfim, o pequeno índice de recuperação, se deve também ao fato de ter que haver um verdadeiro propósito daquele que deseja vencer as drogas ou o álcool, somando-se às questões bio-psico-sociais,  levando-se em consideração o histórico da pessoa, mas sobretudo, o seu verdadeiro desejo de parar de usar drogas.

          Revisão:
          Vera Lucia Cardoso

Ataíde Lemos; Poeta e Escritor
Autor dos Livros:
Drogas Um Vale Escuro Grande Desafio para Família
O Amor Vence as Drogas  

Comunidade Terapêutica Jeová Shalom

Gostaria de deixar neste tópico informações para aqueles que tem problemas relacionado às drogas e deseja tratamento.Somos diretores uma entidade para tratamento a dependentes químicos chamada “Comunidade Terapêutica Jeová Shalom”.Já atuamos nesta área de tratamento há quase 12 anos.
Para maiores informações aqui estão dados da entidade para aqueles que estão a procura de tratamento.

· A entidade se localiza na cidade de Ouro Fino sul de Minas Gerais, está há 200 km de São Paulo, 480 km do Rio de Janeiro e 490 km de Belo Horizonte. A instituição trata apenas o sexo masculino.

· A instituição é evangélica: Isto não significa que somente atende a evangélicos, pelo contrario, a entidade recebe todos sem distinção de credo, raça, etnia, etc. no entanto, os princípios da espiritualidade é Cristã.

· É proibido fumar cigarro de tabaco. Segundo entendimento da entidade tabaco é também uma droga que precisa ser combatida. Muitas vezes o próprio uso do cigarro acaba sendo um fator de levar o dependente a ter suas recaídas.

· O tratamento se dá através do tripé; Laborterapia, espiritualidade e reunião de grupos. A reunião de grupo é subdividida em palestras, dinâmicas e os doze passos.

· O tempo de duração do tratamento é de seis meses divididos em: dois meses para desintoxicação, dois para conscientização e mais dois anos destinado a ressocialização.

· Embora a entidade esteja registrada nos órgãos públicos, como ocorre com a maioria das Comunidades Terapêuticas não recebe verbas dos poderes públicos e como tem que se manter, ela pede a titulo de doação uma contribuição de R$ 250,00 mensais para poder custear as despesas de manutenção da instituição.

Pois bem, estas são as informações básicas, caso há interesse basta entrar em contato:
potifar@hardonline.com.br

Presidente:
Apostolo Profº Roberto Wagner Alves Ferreira