Palestras Sobre Drogas

Há 12 anos sou voluntário na área de Dependência Química, atuando no tratamento por meio de Comunidade Terapêutica. Tenho alguns livros publicados “Drogas um vale escuro e grande desafio para família" e "O amor vence as Drogas”, e mais de uma centena de Artigos relacionado a este tema.


Faço palestra sobre Dependência Química. Aqueles que desejarem basta entrar em contato pelo e-mail ataide.lemos@gmail.com


quarta-feira, 28 de julho de 2010

Internação para dependentes químicos



      O tratamento através de internação para dependentes químicos, quase sempre é o ultimo recurso usado pelo dependente para tratar-se da doença. Certamente, a busca pela internação, ocorre quando todos os outros meios usados não obtiveram resultados satisfatórios, muito embora, ao meu ver, toda busca de tratamento quer seja através de grupos de mutua ajuda, psicoterapias individuais e outros tipos de tratamento são válidos, pois a recuperação é um processo, onde por meios de varias tentativas, ainda que pareçam frustrantes, sempre atinge um processo de crescimento do individuo na busca de sua sobriedade.

     Quando me refiro que a internação é sempre a ultima fase do tratamento, realmente ela precisa ser, até porque, para uma pessoa interna-se precisa estar predisposta e consciente para se manter um determinado tempo dedicando-se inteiramente a si próprio e, para que isto ocorra o recuperando deve estar focado apenas em seu tratamento. É muito complicado manter-se numa entidade por um período determinado quando se está com parte do tempo inserido dentro da entidade, isto é, com pensamento unicamente voltado ao seu tratamento e outra pensando no que deixou lá fora da entidade. Enfim, um recuperando que esteja internado, porém com pendências extra-entidade certamente estes mecanismos serão usados pela sua dependência para abortar o tratamento.

     Outro fato importante que também se torna essencial à internação ser uma ultima fase é que, a internação acaba sendo uma nova experiência para um recuperando pelo fato de estar sobre um regulamento, ou seja, o recuperando precisa ser consciente que terá sua liberdade limitada, vigiada e disciplinada precisando respeitar os direitos dos outros como também permanecerá por um tempo longe dos familiares. Se realmente ele não estiver com este propósito não resistirá ao tratamento.

     Portanto, algo se precisa refletir; os dependentes químicos não precisariam chegar a internação, no entanto, para muitos, somente acordam para o fato de sua dependência quando perderam quase tudo, por exemplo, a saúde, a família a vida social e assim, a internação tornam-se algo necessário e como ultima oportunidade. No entanto, por outro lado, a internação é um fator positivo para o recuperando, pois a partir do nada ele inicia se transformando num novo homem, quando de fato ele deseja vencer as drogas. Normalmente ao se encontrar no fundo de poço e não tendo mais onde baixar-se o recuperando passa através de sua força de vontade, por meio de experiências mutuas, através do desenvolvimento espiritual se reerguer, porém como uma nova pessoa. Sempre uso de um pensamento: Não há sobriedade permanente se não houver a transformação interior em seu todo.

Ataíde Lemos 

domingo, 25 de julho de 2010

QUANTO VALE UMA PESSOA?!


Depende de quem o avalie.
Para alguns analizará perfil
Então, vão levar em consideração
A cor dos olhos, da pele
A posição social, financeira
Se trabalha ou se vive na rua
Se estuda ou é analfabeto
Se tem família regular ou não
Ou se é filho somente de pai ou de mãe.
Se tem casa ou mora nas praças
Se usa brinco, possui tatuagens
Se é um jovem careta ou usuário de drogas.
Se mora na zona sul, ou em barracos.
Se anda limpo ou maltrapilho...
Se está no útero, se é criança, ou idoso
Se é homo ou heterossexual...

Quanto vale uma pessoa?!
Depende a intensidade do preconceito,
O real sentido da palavra amor para o avaliador.
Depende do valor que se dá para vida.
Quem a valoriza a sua egoisticamente
A do outro, não terá muito valor certamente.

"Ataíde Lemos"

sábado, 10 de julho de 2010

Conto - Vanessa e as drogas






Vanessa era uma adolescente que despertava atenção de todos os garotos do bairro em que morava, bem como, chamava atenção por onde passava pela sua beleza e simpatia. Tinha apenas 15 anos, mas aparentava uns 18, devido sua estrutura física. Era loira, de cabelos ondulados 1,70 de altura, 55 kilos, uma pele bem clara. Enfim, uma adolescente que despertava desejo possuindo muitos pretendentes.

Seus pais viviam sempre atentos com ela, por ser uma menina de personalidade difícil, pois era teimosa, preguiçosa. e também  por gostar de sair muito a noite seus pais a controlava impondo limites e isso provocava muito atritos dela com seus pais.

Cursava o 1º ano do ensino médio, sempre seus boletins eram recheados de notas boas. Na maioria das vezes, logo no terceiro bimestre era comum fechar as notas passando para a próxima série.

Adolescência é uma fase de descobertas, onde os jovens iniciam suas vidas afetivas, contestações, rebeldias, puberdade, etc. Uma fase de indagações e período onde inicia  os atrações por outras pessoas, a sexualidade e com Vanessa não foi diferente.

Na escola onde estudava havia um jovem que se chamava Ricardo, tinha 18 anos, muito simpático que despertava os sentimentos de Vanessa. Este interesse era recíproco entre ambos, porém, Ricardo era um jovem namorador, vivia no meio da malandragem e ainda era um usuário e traficante de drogas.

Com muita lábia, Ricardo pouco a pouco foi conquistando o coração de Vanessa, deixando-a cada vez mais apaixonada por ele. Os costumes e o comportamento de Ricardo foram influenciando a maneira de ser de Vanessa. Porém seus pais, ao perceberem o interesse da filha por este jovem, já conhecendo a fama deste rapaz, procurou de todas as maneiras evitar que os dois mantivessem um relacionamento até mesmo uma simples amizade, no entanto, as medidas usadas pelos pais para afastarem os dois criaram mais revolta ainda na filha deixando-a rebelde e provocando um clima péssimo naquele lar. Eram comuns as discussões entre eles e, por vezes, ela  ficava horas e horas trancada no quarto. No entanto, todas as barreiras que os pais criaram para distanciar os dois jovens não resolveu, pelo contrario, sempre arrumavam um jeito para se verem.

Ricardo cada vez mais se entregava as drogas e já  não tendo como sustentar seu vicio fazia pequenos furtos e também começou a fazer tráfico. Vanessa, completamente apaixonada por ele, resistia ao apelo do namorado para experimentar drogas até que um dia ele a embriagou e sem que percebesse colocou drogas na bebida dela, fazendo-a sentir muito bem, criando nela um estado de euforia, uma sensação de liberdade, prazer. Um aumento de adrenalina, a partir de então, Vanessa deu inicio nas drogas.

Ricardo percebendo que Vanessa encontrava completamente dependente, pois a todo instante lhe pedia drogas, passou usá-la para traficar. Isto é, somente lhe dava drogas caso ela conseguisse repassar para outras pessoas, e assim, Vanessa apaixonada por ele e completamente dependente cedeu ao seu pedido tornando-se também traficante, mas por ser uma jovem muito bonita e dependente passou a ser usada sexualmente por outros jovens traficantes que, sabendo de sua dependência lhe forneciam drogas em troca de atos sexuais. Ricardo completamente dependente, por vezes, obrigava Vanessa sair com outras pessoas, a fim de obter mais drogas para o seu consumo e para vendas.

Vanessa vivia muitas humilhações sexuais, degradação moral e de sua dignidade de mulher. Varias vezes foi obrigada – pela dependência – manter relações com varias pessoas ao mesmo tempo, chegando a provocar três abortos que ocorreram por uso de medicamentos e um deles feito numa clinica clandestina.

A vida dos pais de Vanessa, transformou-se num verdadeiro inferno com aquela situação da filha e por também não saberem como ajudá-la a sair das drogas. Eles (pais) não sabiam de nada que estava ocorrendo com a filha quanto a vida sexual intensa dela e a de prostituição, para eles o problema de Vanessa era somente com as drogas.

Por varias vezes, os pais encontraram a filha em estado lastimável de drogadição e aquilo era motivo de brigas entre o casal, um sentimento de culpa envolveu  os dois. Vanessa, por varias vezes, ficava dias fora de casa sem que os pais soubessem por onde ela se encontrava, isto os levava a procurem no instituto médico legal, em delegacias, até que de repente, ela aparecia toda desfigurada, suja, maltrapilha.

Seus pais internaram muitas vezes em clinicas, porém ficavam somente em dividas, pois Vanessa não conseguia terminar um tratamento sequer.  Era comum ao se encontrar intoxicada pedir ajuda, mas logo que melhora arrumava desculpas para abandonar o tratamento.

Durante sete anos Vanessa teve uma vida totalmente destruída e escrava das drogas. Sua vida ativa de abusos sexuais e de drogadição apenas atenuou quando seus pais procuraram ajuda em grupos de apoio e com profissionais saúdes preparados. Assim, puderam acompanhar mais de perto a vida da filha nas drogas, evitando o máximo às investidas sexuais dos usuários de droga.

Vanessa estava totalmente dependente, porém os pais passaram a ficar mais atentos e preparados para ajudar a filha tirando-lhe os espaços dela, mudando a maneira de dialogar com a filha, dando mais carinho, atenção. A partir daí a Vanessa começou a se abrir  mais com eles e perceber o estado que se encontrava.

Muito embora, Vanessa houvesse internado muitas vezes, ela não buscava ajuda para sair das drogas, mas sim, desintoxicar-se. Porém, com seu estado critico e já se sentindo no fundo de poço e com o apoio da família despertou nela um desejo real de mudança e buscou tratamento com determinação de realmente sair daquela dependência biológica e psicológica que se encontrava.

Mesmo com o apoio da família, determinação não foi fácil para Vanessa vencer as drogas Ela teve muitas recaídas, passou por períodos de intensa depressão, um vazio existencial. Teve que lutar bastante contra a ansiedade, a fissura das drogas e de toda uma identidade inconsciente que a dependência construiu em seu psicológico, porém, Vanessa manteve-se firme em sua decisão de vencer as drogas. e  mesmo quando recaía logo se reestruturava e firmava-se novo propósito sempre fortalecido pela família.

E assim, Vanessa mesmo sofrendo as conseqüências biológicas e emocionais de sua vida na dependência – devido aos abortos, ficou estéril– conseguiu vencer as drogas, tornando-se uma moça feliz. Apesar de tudo que viveu, para ela sair do fundo do poço onde se encontrou já era motivo de felicidade.

Vanessa passou a atuar em trabalho de prevenção ajudando mulheres envolvidas com drogas. Casou, adotou dois filhos e assim, a vida seguiu em frente, retornando assim, a paz tanto para ela, quanto para seus familiares.



          
  Ataíde Lemos

Obs. Estes nomes são ficticios.

Comunidade Terapêutica Jeová Shalom

Gostaria de deixar neste tópico informações para aqueles que tem problemas relacionado às drogas e deseja tratamento.Somos diretores uma entidade para tratamento a dependentes químicos chamada “Comunidade Terapêutica Jeová Shalom”.Já atuamos nesta área de tratamento há quase 12 anos.
Para maiores informações aqui estão dados da entidade para aqueles que estão a procura de tratamento.

· A entidade se localiza na cidade de Ouro Fino sul de Minas Gerais, está há 200 km de São Paulo, 480 km do Rio de Janeiro e 490 km de Belo Horizonte. A instituição trata apenas o sexo masculino.

· A instituição é evangélica: Isto não significa que somente atende a evangélicos, pelo contrario, a entidade recebe todos sem distinção de credo, raça, etnia, etc. no entanto, os princípios da espiritualidade é Cristã.

· É proibido fumar cigarro de tabaco. Segundo entendimento da entidade tabaco é também uma droga que precisa ser combatida. Muitas vezes o próprio uso do cigarro acaba sendo um fator de levar o dependente a ter suas recaídas.

· O tratamento se dá através do tripé; Laborterapia, espiritualidade e reunião de grupos. A reunião de grupo é subdividida em palestras, dinâmicas e os doze passos.

· O tempo de duração do tratamento é de seis meses divididos em: dois meses para desintoxicação, dois para conscientização e mais dois anos destinado a ressocialização.

· Embora a entidade esteja registrada nos órgãos públicos, como ocorre com a maioria das Comunidades Terapêuticas não recebe verbas dos poderes públicos e como tem que se manter, ela pede a titulo de doação uma contribuição de R$ 250,00 mensais para poder custear as despesas de manutenção da instituição.

Pois bem, estas são as informações básicas, caso há interesse basta entrar em contato:
potifar@hardonline.com.br

Presidente:
Apostolo Profº Roberto Wagner Alves Ferreira